ShootingStar em Wonderland


Introdução:
Tudo isso estava me cansando. Esse “jogo”, essa vida aqui dentro. Queria voltar pra casa, sair deste lugar o mais rápido possível. Eu estou realmente cansada disso aqui. Preferiria ter ficado em Nova York, não ter vindo nessa excursão. Preferiria ter ficado entediada.


1º cap.: Mudança

     –Sweet Amoris! Que escola tem um nome assim? – perguntei indignada para minha mãe outra vez.
     –A sua escola tem um nome assim. – respondeu-me ela, com cara de nervosa.
     – Certeza que ela não tem nada de suspeito? – insisti, enquanto me espreguiçava no sofá.
     – Pare de frescura, garota. A gente vai se mudar e pronto.¬– disse ela me olhando, ainda parecendo brava.
     – Mas eu não quero me mudar! – eu disse enquanto me levantava e ia pro meu quarto, ignorando o chamado de minha mãe.
     Fechei a porta e olhei para meu quarto. Nele havia caixas e uma “cama” – que, agora, era só um colchão de ar.
     Em breve eu iria mudar para Nova York. Ia embora de minha linda e maravilhosa Los Angeles.
     Mas eu não queria me mudar para Nova York. Não queria mudar pra um lugar onde eu só conhecia minha tia (madrinha), meu tio (padrinho) e meu primo. Não queria deixar meus parentes e amigos e ir para aquela cidade desconhecida. 
     Mas fazer o quê?
     O chefe de meu pai “o propôs uma oferta irrecusável”, né ?
     E é nessa parte que se da um “dane-se” para a opinião da filha.
     Então, já muito cansada, deitei na minha adorável “cama” e fechei os olhos para aquelas caixas, sem pensar no vazio que meu quarto parecia com todas as minha coisas empacotadas.


2º cap.: Despedidas

    – Querida, termine de colocar suas coisas no carro. – dizia minha mãe.
    Hoje era o grande dia.
    Pelo menos, para meus pais. Íamos  mudar de vez pra Nova York.
    Eu achava que hoje era o pior dia de todos. De todos mesmo.
    Assim que acabássemos de colocar nossas malas no carro, iríamos passar na casa de alguns parentes e na casa de Dark, minha melhor amiga.
    Como papai já tinha ido semana passada para ajeitar as coisas lá, acabamos parcialmente rápido.
    Parcialmente, pois tínhamos muitas mala. Principalmente a mamãe. Mas se papai estivesse aqui seria mais demorado, daí  “rápido”.
    Quando acabamos e fomos para casa da vovó, depois de cumprimentá-la, fui para a casa de Dark, que era sua vizinha.
    Toquei a campainha e ouvi pelo interfone um “quem é?” meio desanimado. Reconheci a voz de Dark.
    – Sou eu. – falei
    – Shoot? É você? Entra! – disse, animando-se.
    Um instante depois, ouvi o estalo da fechadura automática do portão, e entrei.
    Enquanto caminhava em direção a porta da sala, de repente, ela abra, e, de dentro da casa, Dark sai correndo em minha direção e me da um abraço, que faz com que eu quase perca o equilíbrio e caia.
    Retribuo o abraço e então ela diz:
    – Não quero que você vá. – choramingou, com a cabeça em meu ombro – Pense em como minhas tardes vão ser... como era aquela palavra... ah, já sei: monótonas. Isso. Vão ser monótonas sem você.
    Eu ri. Dark era tão fofa.
    – Por que, simplesmente, não fala “chata”? Você gosta de complicar as coisas.
    Dark se afastou e riu.
    – Porque eu sou uma pessoa chique. Linguagem culta, meu bem, linguagem culta.
    Nós duas rimos e caminhamos para dentro da casa.
    – Olha, já planejei tudo. Você vai me ligar sempre e eu também vou te ligar. Vamos nos comunicar por qualquer coisa: SMS, MSN, pombo correio e tralala.
   Concordei e sorri para minha amiga.
   Depois disso, subimos para o quarto de Dark, onde ela me deu uma álbum de fotos que ela e meu amigos e colegas da escola fizeram.
   Ficamos vendo e rindo das fotos. Uns faziam caretas, outros eram pegos de surpresa, outros eram assustado pela câmera indiscreta. Ia sentir falta dessas bobagens.
   Ficamos lá até que ouvimos a campainha tocar novamente, e a mãe de Dark vir nos avisar.
   – Sua mãe está ai, querida. – informou-me.
   Descemos e, quando chegamos ao portão, Dark me abraçou fortemente.
   – Vou sentir saudades, Dark. – eu disse.
   – Eu também, Shoot. – disse-me ela.
   – Vamos, Shoot. Temos que chegar logo no aeroporto. – chamou minha mãe, que estava no carro.
   – Se cuida, Dark. – falei.
   – Não se mete em confusão, tá? Essa cara de encrenqueira engana muito. Sei que você não vive sem mim, mas fazer o que, né?
   Rimos e demos um último abraço, e então fui para o carro.
   Enquanto o carro seguia seu percurso, eu acenava com a mão para Dark. Quando não consegui mais vê-la, endireitei-me no banco do carona.
   – Pronta para ir pra Nova York? – perguntou minha mãe com espqctativa.
   – Não. – foi a única palavra que eu disse, equanto olhava pela janela.
    Depois disso o caminho até o aeroporto foi silencioso.



3º cap.: Nova York: Aceitação Forçada 

 Eu estava de férias, e o 2º semestre  do 2º ano do ensino médio, ia começar logo em Sweet Amoris.
  Semana passada, depois de desembarcarmos, encontramos meus tios e meu primo, Marco, e fomos a um restaurante, onde tinha fliperama. Marco e eu ficamos jogando enquanto nossos pais conversavam sobre negócios, viagens, tralala.
  Depois, quando chegamos em nossa nova casa, me espantei ao ver todas as coisas já arrumadas e bem distribuídas. Só podia ter sido obra da titia.
  Então subi para meu quarto e fiquei pasma com o tamanho dele. Era gigante. Tinha um banheiro com banheira só pra mim. Tinha closet, com roupas que nunca  tinha visto antes, e mesmo antes de pegar o cartãozinho e ler “Presente de boas-vindas”, já sabia quem tinha feito aquilo. Como eu amo minha tia.
  Depois de tomar um longo e merecido banho de banheira, vesti meu pijama, que, quando não tínhamos visitas, era só uma blusa e um short de moletom velhos, e fui sentar na minha nova cama Box.
  Fiquei praticando guitarra até que deu fome e eu desci para a cozinha, que já estava vazia.
  Procurei nos armários torradas e depois fui para a geladeira em busca de leite e requeijão. Coloquei tudo na mezinha, no meio da cozinha, e comecei a comer.
  Pouco tempo depois, minha mãe apareceu na entrada da cozinha, de camisola.
   – Tudo bem com você?  – perguntou.
  Fiz que sim com a cabeça e ela continuou:
    – Olha filha, sei que está sendo difícil pra você aceitar que mudamos, e tudo mais mas, por favor, faça um esforço para compreender. É pelo seu pai. – disse, olhando-me com intensidade.
  Depois que eu engolia a torrada, eu disse:
   – Não tenho escolha. – falei com um tom indiferente, enquanto a olhava.
  Ela deu um sorriso tristonho, se levantou, me deu um beijo na testa e saiu da cozinha.
  Depois que acabei de comer, subi para meu quarto e escovei os dentes.
  E então, deitei na cama e fechei os olhos, querendo acordar desse sonho.





4º cap.: Sweet Amoris: 1º dia

 Hoje era o grande dia.
 Ou melhor, um dia grandiosamente horrível.
  Eu ia ser nova no colégio. Parabéns pra mim!
  Depois de me arrumar, desci com minha mochila, afim de tomar meu café-da-manhã.
  Deixei minha mochila no chão e sentei na cadeira. Mamãe estava fazendo ovos, mas eu preferi ficar com as panquecas com mel e leite.
  – Cadê o papai? – perguntei.
  – Está se arrumando. – respondeu enquanto colocava os ovos num prato. – Animada com o 1º dia?
  – Nem um pouco. – falei enquanto levava um pedaço de panqueca a boca.
  – E por que não? – perguntou papai entrando na cozinha, enquanto arrumava a gravata.
  – Porque aqui não é Los Angeles, onde todos são meus amigos de infância. – eu disse enquanto colocava outro pedaço enorme de panqueca na boca.
  – Você fala como se não fosse fazer nenhum amigo aqui. – falou minha mãe, parecendo cansada desse assunto.
  – Eu vou fazer amigos aqui. – afirmei terminando a panqueca, e, agora, com o copo de leite na mão – Mas, como eu já disse, em Los Angeles eu tinha amigos que conhecia desde pequena e, aqui, eu não sei como eles são, não sei como agir.
  Antes que eles pudessem falar alguma coisa, terminei meu leite, peguei minha mochila e fui em direção a bancada, onde tinha 10 dólares para mim.
  Depois de pegar fui em diração a porta e saí.  Eu estava de short jeans, blusa regata branca com renda, meu cardigã preto que cobria o bumbum e meu All Star até o joelho.
  Olhei pro céu azul por um instante e depois comecei a andar.
  Estava um dia lindo.  Mas não para mim.
 
  Logo que cheguei ao colégio, as pessoas começaram a me olhar. Também, meus cabelos longos e prateados, meus olhos vermelhos, minha cara, como Dark disse antes, de encrenqueira, mais meu estilo estilo formavam uma combinação, acho que podemos dizer, meio que ameaçadora.
  Estava indo em direção a entrada, quando ouvi risadas altas. Ao seguir o som, dei de cara com três garotas que estavam me olhando.
  Assim que perceberam que eu as olhava, pararam de rir e ficaram me olhando com cara de intimidação. Dei um olazinho com um sorriso irônico pra elas e segui em frente sem dar importância
  Assim que atravessei os armários, avistei uma sala, que, na porta, tinha uma plaquinha que dizia: “Sala dos Representantes”.  Entrei nessa sala. Quem sabe eles não tinham meu horário escolar?
  Quando estava entrando, um garoto loiro de olhos dourados esbarrou em mim.
  – Desculpe. Já estava de saída. – disse-me ele. – Posso te ajudar?
  – Não foi nada. Eu sou aluna nova. Você sabe onde eu pego meus horários? – perguntei, olhando-o.
  – Ah. Olá. Eu sou o representante de turma. Meu nome é Nathaniel. – disse ele sorrindo, e começou a mexer em sua pasta. – Aqui. Seu horário. – disse e me entregou um papelzinho.
  – Olá Nathaniel. – falei e peguei o papel. Tinha aula de história agora.
  – Seja bem-vinda ao Sweet Amoris. – disse sorrindo e saiu.
  – É. – sorri para mim mesma, sem mostrar os dentes. – “Bem-Vinda”.

  Acabei do lado de for da sala esperando o professor me chamar.
  – Hoje temos uma nova aluna. Pode entrar, senhorita. – falou o professor.
  Entrei na sala, e caminhei até o professor sem olhar para meus novos colegas. Quando cheguei perto dele, me virei para dar uma olhada em minha nova turma.
  – Sou ShootingStar. – eu disse, sorrindo sem mostrar os dentes. – Prazer em conhecê-los.

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